A verdade sobre as manifestações.

A la darrera setmana un seguit de mobilitzacions han sacsejat el Brasil. D'una banda hi ha un procés (sembla que sense proves) en contra de Lula, i de l'altra banda un impeachment (moció de censura) en contra de Dilma Rousseff. El professor Silvio Domingues fa una anàlisi dels fets en què constata la confluència de factors darrera d'aquestes manifestacions, en qualsevol cas, cap democràtic.

Neste último domingo (13/03) houve manifestações pelo Brasil, que se diziam, contra a corrupção, contra a presidente da República, Dilma Rousseff (PT) e contra o ex-presidente do Brasil, Lula (PT). Segundo o site de notícias G1, as manifestações ocorreram em mais de 300 municípios e a maior delas foi na Avenida Paulista, em São Paulo.

Como sempre, nesses tipos de manifestações, houve um show de incoerências e hipocrisia: demagogos pronunciando; corruptos, citados na delação premiada, indignados com a ‘atual situação do país’; líderes evangélicos homofóbicos; e outros cidadãos que faltaram às aulas de história e pediam intervenção militar ou faziam saudações nazistas. Pode-se afirmar que grande parte desses manifestantes é composta por ‘papagaios da mídia’: são leitores da Revista Veja ou se informam pelas manchetes do Jornal Nacional da Rede Globo, canais com informações sempre tendenciosas e imparciais.

O que marcou nessas manifestações era a repetida frase: “Quero o meu país de volta”. A pergunta que fica é: a que país esses manifestantes se refere?

Será àquele em que não se via projetos sociais? àquele em que negros e outras minorias não tinham espaço ? àquele em que as empregadas domésticas não recebiam seus direitos? ou ainda àquele país em que não se via avanços na erradicação da pobreza e da fome. O que se vê na verdade não é uma revolta contra a corrupção, mas sim uma revolta de uma classe que não consegue mais eleger seus candidatos, que não aceita que pessoas antes ‘inferiores’ frequentem agora os mesmos aeroportos ou estabelecimento que elas. Junto a essa classe mesquinha, infelizmente, há um preocupante aumento de uma direita extrema com seu discurso machista e preconceituoso.

A oposição, como aportunista que é, aproveita-se do momento para incitar esses manifestantes e tentar derrubar de qualquer forma a atual presidente, eleita democraticamente. O que nota-se é uma clara tentativa de golpe, uma vez que contra a presidente não existe qualquer denuncia de ato ilícito que envolva seu nome, e consequentemente não tem nenhum motivo para renunciar. Contra o ex-presidente há acusações, sem provas, de ocultação de patrimônio por promotores do Ministério Público de São Paulo. Ao que parece, há uma tentativa por parte da mídia, de promotores e juiz nada imparciais em denegrir imagem de Lula como forma de evitar que, caso se candidate, seja eleito nas próximas eleições, já que o Ibope já apontou que Lula teria grande chance de vencer em 2018.

Silvio Domingues

és sul-mato-grossense de Três Lagoas, graduat en Lletres per la UFMS (Universitat Federal de Mato Grosso do Sul) i mestre en Lletres (Estudis Lingüístics) per la mateixa institució. Actualment fa de professor de llengua materna i d'estrangera a l'ensenyament mitjà. És un passionat per les llengües i per les cultures noves, i somnia amb un món més tolerant i menys injust.